9 de julho de 2011

Chamada do Apartamento 107



Quem deveria ser do outro lado da linha pedindo socorro? Seria tarde demais? Chamaria uma ambulância?
O inspetor desviou os olhos ao aparelho para saber de que apartamento vinha o pedido. E assustado arregalou as órbitas. Não podia ser!
Discou novamente o número. Mas a secretária eletrônica disse que era um número inexistente, de fato, havia sido cancelado há dois anos quando Seu Eliseu ainda morava no apartamento 107.
O inspetor coçou os olhos e pegou o relógio. Era tarde da noite.
Talvez estivesse com sono. Riu de si mesmo. Reencostou-se na cadeira, mas o telefone voltou a tocar.

- Alô? - atendeu trêmulo.
- Por favor, venha depressa... - a mesma voz de antes.
- Espere, não desligue!
- tu...tu...tu – o telefonema caiu.

O inspetor engoliu seco, mas decidiu subir.
Já próximo à porta do apartamento 107 ele ouviu passos. Arrepiou-se. Ninguém entrava lá há dois anos. Pegou as chaves e destrancou com as mãos trêmulas.
Só deu tempo de ver sombras movimentando-se pelos cantos das paredes quando vozes surgiram com rapidez.

- Corre, corre!

Da luz que vinha da janela quebrada deu pra ver os moleques do condomínio vizinho rindo e correndo para sair do apartamento pelo telhado. O inspetor se sentiu um idiota.
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