31 de julho de 2013

Jupa, Jupinha


Escrevi-te um poema:
Amo,
amo e amo,
amo, amo, amo,
eu amo,
amo
amo demasiadamente,
amo,
amo,
e amo,
amo e amo,
amo e amo muito,
amo,
amo,
(amo),
te amo.

23 de julho de 2013

Olhos cheios de estrelas


Dentro da casa ouviam-se de leve os acordes do violão, as janelas foram fechadas por conta do frio, mas através das cortinas era possível visualizar as sombras de meus amigos, que confortavelmente estavam sentados ao redor de uma mesinha. Do lado de fora eu vislumbrava do quintal o céu escuro, só dava para enxergar a lua, uma esfera tão branca e tão rechonchuda, que parecia estar prestes a cair na Terra se eu continuasse encarando-a, entretanto era só piscar os olhos que lá estava ela imóvel de volta em seu lugar.
Deixava-me pensativo o fato de que essa parecia exatamente com a noite em que eu conheci Isabelle. Era março e todas as estrelas pularam do céu e abrigaram-se dentro dos olhos dela - que extraordinariamente passaram a iluminar tudo ao redor. Ela sempre fazia isso quando sentia-se triste, talvez enxergasse o mundo de uma maneira mais bela quando colocava as estrelas em volta da íris. Eu a conheci assim, ela não era muito feliz quando a encontrei, e eu também não. 

Comecei a pensar em voltar à casa, o ar estava mais denso e ameaçava chover. Eu atravessava o quintal quando ouvi um barulho que vinha da rede de dormir. Caminhei até lá e encontrei minha amiga R. chorando. Sentei-me no chão perto dela e perguntei o que havia acontecido. R. por certo estava muito triste para falar, então permaneceu em silêncio.
Eu estava prestes a convidá-la para entrar na casa comigo, porém fui surpreendido quando ela me perguntou como estava a Isabelle. "Ela está bem, eu acho", eu respondi um pouco embaraçado, pois na verdade Isabelle já não me dizia se estava bem ou não. "Vocês ainda se amam? Ainda trocam sms todos os dias, não é?", R. perguntou enquanto enxugava as lágrimas do rosto. Eu sorri e disse que nós dois continuávamos amigos, mas que Isabelle já não era apaixonada por mim.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que R. ofereceu-me um gole do vinho que estava segurando entre os braços. Eu demorei a aceitar a garrafa, pois ainda pensava no que tinha dito. Eu ainda amava Isabelle com todas as minhas forças, e sentia-me arrasado ao perceber que ela estava saindo da minha vida tão sorrateiramente.
Por fim aceitei a garrafa. Eu fiquei com uma vontade imensa de engolir tudo o que existia, só para acabar com esse vazio dentro de mim.
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