29 de maio de 2017

Namore alguém que ame a sua arte.


Muito tempo atrás, quando eu ainda estava no ensino fundamental, li um texto que falava sobre a cilada em ter um relacionamento com alguém que não aprecia o que você escreve. Ele era destinado aos escritores, e avisava como um namoro poderia ser ruim, caso a outra pessoa não gostasse da sua literatura e só te diminuísse, dizendo que é besteira e que não deveria continuar escrevendo. No início, discordei do texto, acreditei que não fazia sentido amar apenas alguém que gostasse do que eu escrevia e desenhava, até porque nenhum dos meus namorados e namoradas jamais gostou realmente dos meus desenhos e pinturas, e poucos apreciavam às vezes meus textos. Acreditei que o amor dos outros por mim poderia ser totalmente separado do amor pelas coisas que eu produzia. Eu estava errada.

Não importa se a sua arte é a pintura, o desenho, a literatura, a fotografia, a música, o teatro, é necessário se relacionar com quem aprecia o que você faz. Eu sei que ninguém é obrigado a gostar das coisas, mas é solitário trilhar um caminho em que a pessoa que você namora não te apoia de coração. É desanimador mostrar com empolgação algo que você produziu, e a pessoa apenas criticar, ou falar um "legal" sem emoção. 

Para mim, meus desenhos e textos falam sobre a minha alma, eu coloco meus segredos e sentimentos neles. Hoje eu penso: como alguém que diz me amar, pode não gostar do que produzo, quando o que produzo faz parte do meu eu mais profundo? Se ela não gosta do que faz parte da minha expressão, então do que ela gosta em mim? Talvez ela tenha apenas idealizado uma imagem de quem eu sou, e não tenha interesse em conhecer e gostar do meu verdadeiro eu.

Sendo alguém que morreria se parasse de desenhar e escrever, eu não aceitarei o amor de alguém que não ame o que faço. Eu quero o amor de quem enxerga meus sentimentos nos desenhos, alguém que ame os meus textos, mesmo quando estão confusos e sem conclusão. Quero o amor de quem me ache incrível e que me incentive a continuar, que me inspire e que queira me ver crescer. 
Se a pessoa não ama as minhas formas mais sinceras de expressão, então o que ela ama em mim? 

24 de maio de 2017

A síndrome de impostora entre os próprios amigos.


Será que eles me apenas me toleram, ou realmente gostam de mim? Eu faço diferença na roda de amigos ou eles me chamam apenas por pena? 
Se você já se fez essas perguntas, seja bem-vinda, você faz parte do Clube da Síndrome de Impostora no Circulo Social.
Esses dias descobri que muitas pessoas próximas também se sentem assim, pessoas que eu nem desconfiava que já tivessem feito as tais perguntas.
Sempre que vou pegar o ônibus para encontrar com meus amigos, fico pensando: "se eu desistir e ir para casa, talvez não notem a minha ausência", mas logo vejo que era besteira pensar desse jeito, pois me divirto bastante com eles. Apesar de que em alguns momentos eu possa me sentir impostora, sei que é coisa da minha cabeça, que é insegurança e que preciso aprender a superar isso.
Fico eliminando alternativas em minha cabeça: não sou extrovertida e nem a animada do role, não levo um monte de bebidas, não levo baseado, não levo muito dinheiro, eu só ofereço a minha presença e a minha amizade, e ainda assim sou chamada para os encontros, se não é por interesse, então realmente devem gostar de mim.

Eu nunca fui uma pessoa que tem muitos amigos, a maioria deles são de outros estados e que conheci apenas pela internet. No bairro onde moro, tenho poucos, e mesmo assim não os vejo com frequencia. Arranjar amizades e não me sentir impostora por isso, requer prática, e só comecei a sair do meu casulo agora. Para alguém que é tímida e insegura, acho até que estou me saindo bem.
Um conselho para mim mesma e para quem também se sente assim: não somos impostores, tente ignorar ao máximo essa voz chata que nos diz que não pertencemos àquele ambiente.

(a arte é da Manjit Thapp)

19 de maio de 2017

Os últimos desenhos que fiz são pedaços de mim.


Desafiei à mim mesma em fazer uma tirinha por dia durante o mês de maio. Quando não consigo, desenho dois no dia seguinte para equilibrar. Resolvi fazer dois posts esse mês para falar sobre eles, esse é o primeiro. Estão em ordem de publicação, dos primeiros aos últimos.
Em maio, comecei a rascunhar no papel, e a terminar no photoshop. Antes o meu processo era: desenhar com lápis no papel > passar a caneta nankin por cima > escanear > limpar o desenho > colorir > publicar. Mas agora que minha caneta acabou, meu processo nesse mês virou: rascunhar com lápis no papel > escanear > limpar > passar por cima com um pincel maravilhoso que encontrei e me adaptei > publicar.
Outra mudança foi que comecei a usar cores mais vivas em meus desenhos, continuei com a paleta de cores, porém aumentei a saturação. Estou satisfeita assim.

Muitas pessoas andam me perguntando sobre o que são essas manchas nos corpos dos meus personagens. E fiquei assustada quando me disseram que pensavam ser marcas de violência o-o, gente huaha comoassim.
Para mim, essas marcas são o que chamo de "pontos de calor", não sei outro nome que poderia dar. Sabe quando um personagem está num local frio, e fica com o nariz e as extremidades rosadas? Então, é isso. Eu coloco no nariz, nos ombros, nos dedos, cotovelos, joelhos, e às vezes no queixo. Raramente, quero remeter à machucados internos, mas não há nada sobre violência, ok?

Para ler um por um, é só clicar no nome deles 


- Você disse que o que há entre nós é vazio: é decepcionante quando você descobre que é a única pessoa na "relação", que acreditava haver algo de especial entre os dois. Mas, na verdade, o outro só te enxergava como alguém que conheceu por acaso e sem muita importância. Eu quis representar o coelho como sendo o do mundo da Alice no País das Maravilhas, que parece ser incapaz de ser pego.
- Eu sinto vontade de falar com você todos os dias: sabe quando você quer falar com a pessoa todo o tempo, quer puxar assunto, mas sabe que se não fizer isso, ela nem vai notar a diferença? Esse é o sentimento que eu quis passar no desenho. É aquela dor que você sente vontade de largar o celular ou desligar o computador.
- Eu só quero um dia bom: inconscientemente, eu só desenhei comida. A felicidade para mim deve ser um bom copo de café, uma fruta fresca, um pedaço de um bolo delicioso. Sem preocupações, apenas degustar essas comidinhas, sem sofrimento.
- Eu quero ler com você: eu sou uma pessoa viciada em livros, e acho muito romântico ler com alguém que se ama, escutar as palavras da pessoa, fechar os olhos e imaginar a história que ela está lendo. Descobrir qual livro desperta o coração dela e como a narrativa fica muito melhor quando ela coloca sua entonação nela.


- Às vezes sinto falta de quem eu costumava ser: quando era mais jovem, eu escrevia mais e tinha mais convicção sobre meu futuro, parecia que eu sabia exatamente o que fazer e como fazer, e tinha plena certeza que tudo daria certo.
- A vontade de não mais existir é grande: eu sei que é pesado, mas eu penso em suicídio 4 dias por semana, e preciso de longas horas para me convencer a não fazer nada arriscado. Quem lê meu blog e vê meus desenhos há muito tempo, sabe que carrego isso dentro de mim. No dia que fiz esse quadrinho, eu estava tendo uma crise pesada de depressão, e precisei desenhar isso. O facebook censurou, pois algumas pessoas o denunciaram, porém mais tarde publiquei novamente, censurando a pistola nos dois últimos quadros. Esse foi o quadrinho mais sincero que já fiz até então.
- Silêncio: terceiro ou quarto desenho que faço usando a menina com máscara de gato japonês e o menino com máscara do homem-aranha. Minha irmã disse que é uma boa ideia fazer uma série curta usando esses personagens, estou pensando em fazer uma história em quadrinhos deles com pelo menos 15 ou 20 páginas. 

- Eu gosto de imaginar que um banho e um chá quente: todo mundo sabe que um chá quentinho e um banho quentinho ajudam a relaxar o corpo, porém muitas vezes não adiantam, mas eu gosto de pensar que ajudam.
- Acho que é o meu destino: as pessoas vem e vão embora das nossas vidas, e isso é uma coisa que eu tive dificuldades em aprender. Tenho um trauma em ser abandonada, e me dói muito quando as pessoas deixam de me amar.
- Baby, não me deixe sozinha: quando minha mente não cala a boca, e começa a me sufocar, eu preciso conversar ou ouvir a voz de pessoas especiais da minha vida. É como se a voz delas fosse música que me acalma, e eu paro um pouco de escutar as vozes de dentro que me fazem sofrer.
- É muito bom voltar a falar com um amigo: eu tenho um amigo em especial, embora o desenho englobe outros amigos sumidos, mas fiz especialmente pensando no Christian. Somos amigos há muitos anos, e às vezes acontece de ficarmos um tempo sem nos falar, sem motivo algum, e depois voltamos como se o tempo não tivesse passado.
- Obrigada, mãe, pelas coisas que já fez por amar a gente: fiz no dia das mães, e as cores representam ela, que tem o cabelo rosa escuro, eu que tenho o cabelo rosa claro, e minha irmã que tem o cabelo azul e verde.


- Tudo que escrevo é sobre: eu sei disso, e algumas pessoas já vieram me questionar o porquê de eu escrever, na maioria das vezes, sobre amores que não deram certo, ou o porquê de eu fazer mais desenhos tristes do que feliz. Gente, é o que me inspira huahua em muitos momentos, eu uso o desenho e a escrita para me livrar de certos sentimentos, sendo do passado ou do presente. Então falo sobre coisas que já passei, mesmo que tenha ocorrido há 7 anos.
- É importante que as pessoas sintam-se amadas de verdade: é complicado se sentir amado hoje em dia, pois os sentimentos se tornaram muito efêmeros, se evaporam rapidamente. E é difícil confiar também, e entregar o coração. Eu acho importante que as pessoas se sintam realmente amadas.
- Eu odeio ter ciúmes, tento disfarçar: infelizmente, eu sou uma pessoa bastante ciumenta e paranoica, meus primeiros relacionamentos afloraram isso dentro de mim, e ainda não consegui superar 100% a insegurança. Mas tento disfarçar, tento fingir que não sinto nada, porém por dentro me sinto queimar.
- Se eu continuar a te encontrar em cada livro que leio: é incrível quando me apaixono e consigo ver a pessoa em todos os livros que leio, quando isso acontece, a história fica até melhor e eu me envolto mais.
- Eu sei quando devo ir embora da vida de alguém: é complicado partir, em oposição ao meu outro desenho, o "Acho que é o meu destino", nesse há o aprendizado em saber quando já não faz parte da vida de alguém. Há um ditado sobre cada pessoa ter um tempo na vida de outra, e eu comecei a acreditar nisso.

Espero que tenham gostado dos desenhos! A segunda parte está aqui.
~

15 de maio de 2017

6 filmes da sessão da tarde que mexeram comigo.


Se você acompanha meu blog, sabe que eu tenho uma lista no filmow apenas de filmes no estilo "sessão da tarde", aqueles filmes dos anos 00 para baixo, que dão uma sensação de nostalgia e quase sempre foram dublados pelo estúdio Herbert Richard. Eu nasci nos anos 90, então minha infância foi coberta por esses filmes velhos e maravilhosos (às vezes nem são bons, mas eu assisti mesmo assim) que passavam na Globo e no SBT.
Aqui listei seis deles, que estão entre os meus favoritos.

Matilda (1996)

Matilda nasceu com uma inteligência acima do normal, mas seus pais não permitem que frequente a escola. Então ela aprende tudo sozinha indo à biblioteca e lendo o que encontra pela frente. Até que convence seus pais a deixá-la ir à escola, que é comandada por uma rígida e monstruosa diretora. Matilda acaba descobrindo que possui outro dom além da inteligência.

Eu me identifiquei com ela por causa do enorme interesse por livros já desde pequena. E ela tem o que toda criança queria ter: super poderes!
Matilda nos mostra que mesmo nascendo numa família que não se importa muito, ela consegue ser feliz e encontra um refúgio entre seus amigos, seus livros e a amada professora do jardim de infância. Também nos ensina a enfrentar os monstros do passado, e a tomar as rédeas da própria vida, dando exemplo a professora e a diretora má.
Amo a atmosfera desse filme, e a cena icônica do menino comendo o bolo gigante nunca saiu da minha cabeça.

Caçadoras de Aventuras (1995) | Gold Diggers: The Secret of Bear Mountain

Beth Easton é uma jovem de Los Angeles que se muda com sua mãe, Kate, que recentemente ficou viúva, para uma casa no interior que recebeu como herança de uma tia. Elas planejam recomeçar suas vidas, ou pelo menos tentar. Inicialmente, Beth odeia viver no campo, mas então ela conhece a desafiadora Jody Salerno. Rapidamente elas se tornam amigas. Jody tem uma má reputação e tem de lidar com a vergonha de ter uma mãe alcoólatra.
Beth e Jody têm algumas coisas em comum e uma delas é um espírito aventureiro, que as faz explorar as misteriosas cavernas da Montanha do Urso, pois há uma história que em uma das cavernas há uma fortuna em ouro, esperando para ser encontrada.

Esse filme me deixou um grande impacto, primeiro porque a Jody é rejeitada pelas pessoas por não seguir um padrão feminino, ela é meio grosseira e usa roupas "masculinizadas", então as meninas da idade não fazem amizade com ela. Beth é a única que se aproxima, pois compartilha da mesma sede de aventura.
O segundo impacto foi que Jody quer seguir os passos de Molly Morgan, uma garota que se vestiu de rapaz para trabalhar nas minas, e foi a única pessoa a encontrar o tesouro da Montanha do Urso. Essa imagem forte e feminina me deixou com os olhos brilhando na infância. Jody construiu seu próprio barco para procurar a entrada da caverna e seguir o mesmo caminho que Morgan.
O terceiro impacto foi que mesmo tendo a mente inocente, eu sentia que elas deveriam ficar juntas, eu shippei até o final. No filme, deixa claro que são apenas amigas, mas eu senti um clima bem mais intenso. 

A Convenção das Bruxas (1990) | The Witches

Enquanto está hospedado em um hotel na Inglaterra com a avó, Luke espiona uma convenção de bruxas e descobre que elas estão planejando transformar todas as crianças em ratos. As bruxas percebem que Luke as ouviu e testam a fórmula nele.

Confesso que eu ficava confusa para qual lado torcer hauhua achei essas bruxas incríveis, bem más e poderosas. Diferente dos filmes em que as bruxas são fracas e loucas, nesse elas são terrivelmente malvadas e não desistem dos objetivos.
A Convenção das Bruxas deixou muitas crianças assustadas, por causa da cena em que a bruxa tira a máscara e mostra sua verdadeira face. 

Uma das cenas que não sai da minha cabeça é a da criança dentro do quadro!

Pesos Pesados ou Turma da Pesada (1995) | Heavy Weights

Gerry Garner, um pré-adolescente um pouco acima do peso, é mandado para um acampamento destinado a crianças gordinhas como ele. A promessa era que as férias de verão seriam divertidas, mas, quando chega no acampamento, ele e seus colegas descobrem que seu monitor será um verdadeiro maluco por dietas e exercícios.

Gerry pensa que vai para o acampamento dos sonhos, e é o que aparenta ser no primeiro dia. Há outros garotos gordinhos iguais a ele, que passam pelos xingamentos e constrangimentos que ele passa. É um acampamento onde não há a necessidade de se preocupar se estão julgando seu peso. Mas os donos do acampamento ficaram sem dinheiro e o venderam para um lunático por exercícios. Então os meninos precisam lutar para que volte a ser um local seguro e divertido.
Esse filme não ridiculariza pessoas gordas, por incrível que pareça, já que a maioria dos filmes fazem isso. E os meninos não chegam a perder peso, essa nem é a intenção do acampamento. 

A Chave Mágica (1995) | The Indian in the Cupboard

Entre os diversos presentes que um garoto ganha ao fazer 9 anos estavam dois sem muita importância: um pequeno armário e um índio de plástico.
Mas quando uma antiga chave é usada para fechar o armário, o índio ganha vida, provocando situações inimagináveis.

Eu era uma criança louca por brinquedos em miniatura, antigamente esse era o The Sims da época em que não havia computador nas casas brasileiras huahua. Fiquei super emocionada quando vi esse filme, pois era um sonho ter bonecos com vida própria.
Mas o filme não foi feito apenas para divertir, ele deixa várias reflexões, uma delas é a noção de que os bonecos de plástico ganhavam vida, tinham sentimentos, pensamentos, preocupações e medos, já não eram simples brinquedos. E o menino de 9 anos precisou aprender e a se responsabilizar pelas pequenas criaturas.

A Pequena Espiã (1996) | Harriet the Spy

Apesar de Harriet cursar apenas a sexta série ela já encontrou sua vocação: ser uma espiã. Em um diário particular que ela leva para todos os lugares, Harriet registra atividades suspeitas e mantém uma lista de observações praticamente de todos que ela conhece. Parece inofensivo, até que um dia alguém descobre o diário e expõe os pensamentos críticos de Harriet sobre seus colegas. De repente, até mesmo seus melhores amigos ficam contra ela, que resolve então, vingar-se

Ela queria ser escritora, a amiga dela queria ser cientista, e o pai do amigo era um escritor lutando para ser publicado. Esses três personagens tinham o que eu queria me tornar quando criança, eu amava ciência e amava escrever. Ver isso representado dá uma sensação maravilhosa de que nada é impossível de se realizar. Além disso, Harriet era uma espiã, e eu vivia brincando de espiã no quintal com minha irmã e minha prima.

9 de maio de 2017

Amigos que fazem música ♪


É gratificante ter amigos artistas, amigos que desenham, cantam, tocam instrumentos, escrevem, tiram fotos maravilhosas, pintam, contam histórias, fazem artesanato, e que praticam qualquer ato criativo.
Eu preciso desse tipo de pessoas ao meu redor, sempre trocando inspiração e mostrando através da arte o que o coração quer gritar.
Por isso, eu decidi fazer uma série de posts sobre amigos artistas e pessoas próximas que fazem música. Essa é a primeira parte, aproveitem *-*.

Lia Kapp

Conheci a Lia por volta de 2015, através de grupos de artes e grupos apenas para mulheres. Eu até a desenhei em uma tirinha, porém não finalizei o rascunho.
Apenas recentemente descobri que ela canta e tem uma voz maravilhosa. Antes eu só admirava as fotos de gótica-da-porra-toda que ela posta.
Ela divulga suas músicas na página do facebook Lia Kapp, e já possui três clipes musicais em seu canal no youtube, além de disponibilizar as músicas em seu soundcloud.
Sua música mais recente se chama Fire & Air, e já possui clipe *-*, clique aqui para assistir essa coisa gótica maravilhosa.
Ela estuda música, tem 19 anos, é de Curitiba e do signo de leão. Suas influências musicais são Björk, Amy Lee, Evanescence, Portishead, Chelsea Wolfe, FKA twigs, Radiohead, John Frusciante, Keaton Henson, Britney Spears, Labirinto, Carissa's Wierd, Portishead, Antíteses e Mazurosk.

João Terra

Tive o prazer de conhecer o João quando fui chamada mês passado para uma trilha+cachoeira por um amigo. Quando estávamos no ônibus, à caminho da Cachoeira do Horto, na Tijuca, ele começou a cantar e a tocar violão. Eu achei sua voz muito bonita, e acabou tornando a viagem mais agradável.
Ele fez recentemente uma página no facebook chamada Terra dos Beats, onde postará vídeos com certa frequência. Seus covers que eu mais gostei foram (clique em cada para ouvir *-*): The Weeknd - Earned It em beat boxing, Natiruts - Liberdade pra Dentro da CabeçaNatiruts - Me Namora.

Ele pretende estudar música, é pisciano, 18 anos e mora aqui mesmo no Rio. Beatboxer, amante de música, em especial rap e reggae. Sua inspiração é cantar e ver que sua voz transmite alegra às pessoas ❤.

Samuel Sabóia | Sarmurr | Nympheshit

Eu conheci o Samu em 2014, por causa dos nossos desenhos. Ele ainda era um bebê, e agora é um rapaz fodão que estou vendo crescer com sua arte. 
Ele surgiu com sua página Nympheshit, e no mesmo ano em que nos conhecemos, me chamou para participar de um coletivo de artistas, chamado Herbarium, que era composto por 8 pessoas. Hoje o grupo já não existe, porém criei laços com essas criaturas mágicas.
O Samu publica seus vídeos aqui em seu canal, tem desabafos, tem clipes musicais, tem reflexões e vídeos poéticos *-*.
Ele disponibiliza suas músicas em seu soundcloud, seu EP mais recente se chama "Os Últimos Na Terra" e a primeira faixa, "Teus Olhos", já está disponível. O primeiro EP se chama "Esse Mundo Não Tem Muita Esperança".

Ele é de Recife, tem 19 anos, librianinho igual a mim. Ele desenha, é modelo, vlogueiro e também faz músicas, ou seja, é foda.

~

7 de maio de 2017

Memory Jar: Abril ❤.


Esse demorou para sair, pois eu fiquei procrastinando horrores huahua. Vamos lá *-*
Para ler sobre os meses anteriores, clique aqui.
Em março, 624 pessoas leram sobre meu mês ❤!

"Eu resolvi fazer um apanhado de coisas legais que aconteceram e vão acontecer em 2017, e dividi por mês. É uma forma diferente de fazer o Memory Jar (um projeto que consiste em anotar todas as coisas boas que aconteceram no ano, colocar num pote, e abri-lo em dezembro), é uma maneira de me lembrar que cada mês valeu a pena, e mostrar ao meu eu do futuro que muitas coisas boas aconteceram.
Não sei se alguém lerá esse tipo de post, porém estou pensando mais em mim mesma e no que sentirei quando chegar o final do ano."

△ o que desenhei △

Fiz 9 desenhos em abril, usando caneta normal, pois a minha nankin acabou :c  Minha página é a Universo em Bolha de Tinta.

- Eu acho que vi você em meu sonho: esse foi o último desenho em caneta nankin :c. Eu costumo ter sonhos que viram segredos, só conto se souber que a pessoa sente o mesmo por mim.
- Se você sente a minha falta: eu costumo me sentir de pouca importância na vida dos outros, e fico espantada quando alguém diz que sente saudade de mim.
- A verdade é que você só precisa entender: A ideia foi do Gabriel Bolaks, um amigo meu que escreve lindos textos.
- Você não precisa virar uma porta fechada: um recado para um amigo meu que se cansou de sofrer por causa das pessoas.
- Eu tenho que parar de achar: eu não sei se é a minha mente imaginativa, ou se tenho tendência a aumentar as coisas, mas sempre acho que um sorriso ou um segredo compartilhado significa que sou importante para alguém.
- Eu gosto de você e vou manter segredo: essa é a atitude mais correta quando sei que a pessoa não sente o mesmo por mim. Isso também evita que a pessoa mude suas atitudes comigo. Não gosto que sintam pena.


- Menina lendo: Esse foi o primeiro desenho que fiz para ilustrar um artigo na Revista Capitolina *o*, foi para o texto intitulado "Como começar a ler por diversão", que você pode ler clicando no nome do desenho.
- Casal lésbico: segundo desenho para a Capitolina, no texto "A família de mozão: por que precisamos de aceitação", sobre relacionamento homoafetivo e se assumir para os parentes. Também pode ler clicando no nome do desenho.
- Pode algo que se quebrou em pequeninos pedaços: Um objeto, um relacionamento, um sentimento. Será que dá para voltar a ser o que era? Meus seguidores responderam que dá para transformar em algo melhor e mais forte. Eu ainda não sei o que pensar.

△ o que li △

Eu li tão pouco que deu até tristeza. A verdade é que peguei livros grossos que só terminarei de ler em maio ou junho. Eu só posto os que terminei hauhua.

- Limão Rosa, de Flora Figueiredo: ★★★ o que me chamou a atenção foi o nome do livro, a capa é um pouco feia e bonita ao mesmo tempo, não sei o que sentir sobre huahua. Ele traz 57 poemas de Flora, poetisa, tradutora e cronista brasileira. Terminei a leitura em um dia, suas poesias são leves e agradáveis. Os meus dois preferidos são esses:

Meia-noite | Um trem de medos me atravessa; | rasga meu avesso, | me devassa. | Desembarcam fantasmas que conheço.

Abismo | Preciso sair de mim, | despir-me das vestes que me cobrem de frio. | Preciso deixar o copo vazio, | ver a vela queimar até o fim. | Preciso sair de mim | sem olhar para trás, | para a tarde de alecrim que se desfaz, | contar até três. | Não sei se vale o sacrifício. | Não sei morrer. | Começo outra vez.

- Aqua Blue Cinema, de Otsu Hiyori: ★★★★ mangá yuri shoujo, de apenas seis capítulos, sobre uma atriz e uma garota do interior que se conhecem num penhasco, em uma situação incomum e cômica. É muito fofo e termina bem rapidinho, dá vontade de ler mais.
- Will e Will, de David Levithan e John Green: ★★★★ eu estava procrastinando para começar a leitura de will e will, mas quando comecei, acabei lendo tão rápido que nem percebi que o final tinha chegado. É curto e bom de ler.  Numa esquina de Chicago, está frio e a rua meio vazia. Will Grayson acaba de conhecer Will Grayson, dois rapazes da mesma idade e que compartilham o mesmo nome e sobrenome se esbarram sem nenhuma intenção. O primeiro, hétero, calado e que tem um amigo espalhafatoso que está escrevendo um musical, foi para Chicago assistir um show com a garota que começou a gostar. O segundo, recém assumido gay para si mesmo, deprimido e com problemas em se socializar, foi para Chicago encontrar seu amor virtual, que antes só conversava por chat.

△ o que assisti △

Eu também não assisti a tantos filmes e animações quanto mês passado.

- Amy (2015) ★★★★★  eu fiquei muito impactada com o documentário sobre a vida de Amy Whinehouse, não sabia muito sobre ela, e não acompanhei tanto quando ela era viva. Não imaginava que ela havia passado por tantas coisas. Chorei bastante.
Dareka no Manazashi (2013) ★★★★★ curta-metragem de seis minutos sobre uma menina refletindo o dia em que ganhou uma gatinha. Eu chorei também com esse huahua, falei dele aqui no post sobre o Makoto Shinkai.
- Hadashi no Gen (1983) ★★★★★ Gen e sua família vivem em Hiroshima, perto do final da Segunda Grande Guerra. Enquanto o pai de Gen sofre com a ira e o desprezo dos militares e vizinhos por achar que é impossível uma vitória japonesa, sua família sofre com a escasses de alimentos. Mas nada disso terá qualquer importância diante da nova e terrível arma que o exército americano pretende lançar sobre o país... Impactada e chorosa, foi baseado na vida do autorrrrr. Imagens pesadinhas.
- Hadashi no Gen 2 (1986) ★★★ Três anos se passaram após a detonação daquela que os habitantes de Hiroshima apelidaram de Pika devido ao som que fez ao ser detonada. Esse tem uma pegada mais leve do que o primeiro, o autor tentou dar um final mais alegre ao protagonista.
Train to Busan (2016) ★★★★★Sok-woo e sua filha Soo-ahn embarcam no Expresso KTX, um trem rápido que os levará de Seul para Busan. Mas, durante a viagem, o trem é invadido por zumbis, que matam vários tripulantes. Eu raramente fico agitada com um filme de zumbis, porque não me assustam, mas nesse eu e minha irmã pulamos na cama, gritamos, xingamos, foi uma emoção huahua tem muita ação, comédia e drama nesse filmão da porra.
Bakemono no Ko (2015) ★★★ Assisti por indicação do Tom, que me emprestou a senha da Netflix *o*. Vi com a minha irmã e amamos, traz belas lições. A história é sobre uma criança que se tornou órfã, foge dos parentes mais próximos e acaba entrando no mundo das Feras, que se localiza em outra dimensão. Ele começa a ser treinado por uma fera, e sem perceber, é acolhido por uma família incomum, composta por seu mestre e amigos.
Batoru Rowaiaru (2000) ★★★ adaptação do mangá, Battle Royale é a versão original de Jogos Vorazes huahua Um grupo de estudantes japoneses foi mandado para uma ilha deserta por um governo fascista. Munidos de provisões, armas e mapas, eles são dispersados pela ilha e têm de encontrar uns aos outros em três dias. Cada um tem de usar um colar que explode em caso de quebra das regras. Minha irmã leu o mangá todo e disse que é bem melhor do que o filme.
Todos Contra os Dus (2009) ★★★★ filme que encerra a série de desenho Du, Dudu e Edu. Eles cometeram a pior das armações, e todas as crianças do bairro estão atrás deles para uma vingança. A única saída é fugir e procurar a ajuda do irmão mais velho do Edu, uma figura épica entre as crianças. E ELE APARECE PELA PRIMEIRA E ÚLTIMA VEZ *O*.

△ o que escrevi no blog △

Teve BEDAAAA, Blog Every Day in April ❤. Fiz 21 posts, deveria ter feito trinta, mas quase bati a meta huahua.

Listas
Abril chegou e com ele vem o BEDA  (698 visualizações até agora).
Coleção de Pessoas-Disco  (651 visualizações até agora).
Meus Crushes de Anime  (701 visualizações até agora).
5 festivais pelo mundo que eu quero ir  (824 visualizações até agora).

❤ Pessoal
Cineglaw e a importância de se ter amigos  (741 visualizações até agora).
Memory Jar: Março ❤  (625 visualizações até agora).
A pressão para fazer 100 coisas em 1001 dias  (1447 visualizações até agora).
5 coisas boas que marcaram a minha infância  (594 visualizações até agora).
Balanço BEDA e O Fim do Desespero  (507 visualizações até agora).

❤ Arte e Literatura
I Think I Am In Friend-Love With You  (1050 visualizações até agora).
Seis livros que eu ando desejando  (798 visualizações até agora).
Brincar de arminha d'água e desenhar nós dois  (790 visualizações até agora).

❤ Textos meus
Leia em voz alta para mim  (1733 visualizações até agora).
Quando a gente deixar de se falar  (3924 visualizações até agora).
Desculpa por arrebentar o seu chinelo  (752 visualizações até agora).
Eu gosto de você, mas não vou contar de jeito nenhum  (8138 visualizações até agora).
A sua boca tem gosto de saudade  (936 visualizações até agora).

❤ Filmes e animações
Pedaços que eu amo em filmes  (625 visualizações até agora).
Alguns filmes que vi com a minha irmã  (776 visualizações até agora).
Com que filme eu vou  (678 visualizações até agora).
Makoto Shinkai, meu senpai  (454 visualizações até agora).

△ o que me aconteceu △

- A Thainá cuidou de mim quando eu fiquei muito bêbada, me deu até banho, e eu pude ver que posso confiar nos amigos e que eles se importam comigo, tanto quanto eu me importo com eles.
- Eu entrei em um barco e fiquei extasiada com a visão que tive do mar e do céu. Foi maravilhoso.
- Fui chamada para participar da Revista Capitolina com as minhas ilustrações!
- Fiz minha sexta tatuagem!
- Minha página de desenhos alcançou 67 mil seguidores!
- Pela primeira vez fiz uma trilha, e depois de anos visitei uma cachoeira.
- Entrei em uma casa em ruínas com minhas amigas Camila e Bia, estávamos bêbadas e foi uma aventura enorme huahua.
- As aulas da faculdade de artes voltaram!

Espero que maio seja melhor ❤!

6 de maio de 2017

Minha memória é um jardim selvagem cheio de duendes.


As pessoas ao meu redor sabem que sou esquecida, não faço de propósito. Eu sou traída pela minha própria memória, por isso ando cheia de papéis de anotações, e tenho blocos de notas no celular e no meu computador, onde anoto uma porção de coisas. E obviamente, me esqueço das anotações.
Talvez alguém tenha implantado o cérebro de alguém idoso em mim, como um experimento científico, por isso minha memória é tão falha.
Eu sinto que a minha memoria é um jardim selvagem cheio de duendes, não sei o que há lá dentro, o que me aguarda atrás de cada arbusto. A mata é densa e maior do que eu, e perdi o meu facão no caminho.
Ela funciona com flashes de imagens e fragmentos de conversas, cenas que vão ficando cada vez mais nubladas se eu não relembrá-las sempre. Talvez seja por isso que eu preze tanto em escrever e fotografar os momentos. Se eu não fizer isso, sinto que deixarão de existir nos confins de minha mente.

Tenho um amigo de infância que voltei a me comunicar. Ele me disse que há uma lembrança sobre mim que o agrada muitíssimo. Foi quando estava chovendo bastante e eu dei a minha capa de chuva para ele. Devíamos ter menos de onze anos de idade. Eu lamento muitíssimo por não ter essa memória em mim.

Por outro lado, há lembranças e pedaços da minha vida que guardei em baús e os soldei. Sei disso porque faltam fragmentos de alguns anos, como se uma peça tivesse sido roubada. Um dos mil baús se abriu certa vez, quando eu estava conversando com o Brunno, uma das pessoas mais importantes para mim, e pude lembrar de conversas, e-mails, pensamentos e reflexões que eu havia bloqueado, e que respondem muitas das minhas questões atuais sobre quem eu sou.

Minha memória é um territorio que me é desconhecido, e eu temo que já tenha me perdido dentro dela.

3 de maio de 2017

A única experiência que nunca descreverei.

Facebook | Instagram | Tumblr | Twitter

Na manhã de sexta-feira, 28 de março, um dia claro, luminoso e frio, Virginia foi como de costume ao seu estúdio no jardim. Lá, escreveu duas cartas, uma para Leonard (seu marido) e outra para Vanessa (sua irmã) — as duas pessoas que mais amava. Nas duas cartas explicava que vinha ouvindo vozes e acreditava que nunca mais ficaria boa; não podia continuar estragando a vida de Leonard. Ela colocou o bilhete sobre a lareira da sala de estar, e cerca de 11h30 esgueirou-se para fora, levando sua bengala de passeio; e atravessou os prados até o rio. Leonard acreditava que ela já havia feito uma tentativa para se afogar: assim, teria aprendido com o fracasso, e estava decidida a não falhar de novo. Deixando a bengala na margem, ela esforçou-se para pôr uma grande pedra no bolso do casaco. Depois encaminhou-se para a morte, ‘a única experiência’, dissera um dia a Vita (a mulher que um dia amou), ‘que nunca descreverei'.
Essa é a descrição do suicídio de Virginia Woolf, escrita por seu sobrinho, Quentin Bell. 
No dia 28 de março de 1941, aos 57 anos, Virgínia vestiu um casaco, encheu seus bolsos de pedras e se afogou no Rio Ouse. Seu corpo foi encontrado somente três semanas mais tarde, em 18 de abril de 1941, por um grupo de crianças perto da ponte de Southease.

Ela é uma das minhas escritoras britânicas favoritas, tenho o livro Passeio ao Farol e um box de livros dela contendo Noite e Dia, As Ondas, A Viagem, Entre os Atos, Os Anos, O Quarto de Jacob, que ganhei de uma pessoa na época muito querida.
A carta de suicídio que ela deixou para o marido me toca demasiadamente:

Meu Muito Querido,
Tenho a certeza de que estou novamente enlouquecendo: sinto que não posso suportar outro destes terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou a começar a ouvir vozes e não consigo concentrar-me. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor. Deste-me a maior felicidade possível. Foste em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou destruindo a tua vida, que sem mim poderias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser. Não consigo ler. O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Foste inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer isso — e toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo, menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.

V.
© Bruna Morgan | Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento por: Colorindo Design | Tecnologia do Blogger.